25 de jul. de 2011

Futebol tem de ser tratado sério.

Matéria retirada do site trivela.uol.com.br a respeito da profissionalização da gestão do futebol e os modelos de composição jurídica dos clubes, escrito por Carlos Eduardo de Souza, advogado especializado em direito desportivo.


Futebol tem de ser tratado a sério.

O futebol é, como sempre escrevemos por aqui, uma atividade econômica altamente rentável, que movimenta milhões em dinheiro, das mais diversas moedas, seja em transferências de atletas, investimento em marketing, projeção econômica de marcas, enfim, diversas formas a serem observadas em diferentes centros. Porém, a gestão profissional de tamanho volume de recursos e a regulação desse mercado contemporâneo nos negócios envolvendo o esporte (tratado como ramificação dentro do mercado do entretenimento de um modo geral) geram distorções.
No continente europeu, existem diversas formas de gestão de clubes – e nesses modelos de gestão encontramos, de certa forma, as respostas para o sucesso ou fracasso, em termos financeiros. Existe desde a simples gestão séria e responsável de um clube social, assim como a adoção de um modelo de gestão empresarial dentro de uma asso ciação, ou ainda a adoção de formas societárias, abertas ou fechadas ao mercado financeiro.
As experiências mostram que não existe um modelo societário básico, que tenha 100% de sucesso em gerir de forma satisfatória uma entidade de prática desportiva, no futebol. Porém, geralmente o sucesso de uma gestão vem sempre acompanhado do profissionalismo dentro dos cargos que existem nestes clubes, totalmente especializados no ramo específico da bola. Além disso, como já dissemos em colunas anteriores, não existe sucesso gerencial em clubes desacompanhados de uma organização igualmente séria na organização dos campeonatos oficiais que esses clubes disputam, pois os campeonatos são as verdadeiras “vitrines” para estes “produtos” (clubes), e sua credibilidade no mercado é aderente ã dos clubes, de forma recíproca inclusive.
Porém, são necessários mecanismos de controle econômico, e certamente uma cultura legislativa eficiente para fazer essa engrenagem funcionar, sem a deturpação dos objetivos nos negócios do futebol. Na maioria dos países que sediam as grandes ligas na Europa, foram criadas legislações específicas diferenciando a gestão esportiva dos demais modelos societários, devido às suas particularidades – porém, sempre com ferramentas de fiscalização na detecção de malversação de verbas ou má-fé na administração dos negócios.
Ou seja, o primeiro passo para os clubes realmente se inserirem no mercado global do futebol é trazer credibilidade aos investidores externos, para aos poucos profissionalizarem integralmente suas gestões, e a partir daí pensarem em alçar vôos maiores. O mercado de consumidores brasileiros ainda não foi totalmente atendido de forma satisfatória, ainda há muitos pontos que podemos avançar, e cabem aos gestores dos clubes darem o primeiro passo para que a cultura do amadorismo seja substituída pela cultura do profissionalismo, dentro do futebol brasileiro.

#VoltaAtlético

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